Estava eu numa noite (dessas muitas que tenho) de forever alone quando comecei a escrever, assim, do nada e (eu acho) pra nada.
Enfim..
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Noite escura, o que guardas para mim que aqui, só, contemplo tua imensidão? às vezes com medo, às vezes com admiração; não sou capaz de fugir dos teus braços, tu me mastigas e me cospes. Fazes de mim o que bem queres, sem ao menos me querer tão bem quanto eu te quero. E assim fico eu, presa nestes devaneios infinitos.
O que me trazes, noite sem estrelas? Não queres comigo compartilhar teus segredos, eu sei, mas ainda assim alimento em mim a esperança de em algum momento te desvelar.
Será que manténs tão bem guardado o amor que eu espero? Se é que espero algum amor. A vontade de te descobrir é tão grande que eu me perco nestas palavras inúmeras, tentando encontrar razão. Mas razão em quê?
Razão em tudo. Em mim, em ti e nesse amor que nutro pelo incerto. Razão no medo que tenho de não poder mais sonhar, imaginar minhas extravagâncias quando estou sozinha, e quando me sinto sozinha.
Ah, eu aqui esperando alguma resposta, esperando ficar cansada. Sei que não vou cansar, tampouco obter resposta. Sei que se ficar aqui pra sempre, acompanhada pela paciência, esperando por alguma reação, estarei fazendo nada além de perder tempo. Mas gosto disso.
A vida, ora, nada mais é do que uma espera. Não é verdade?
E enquanto uns choram e outros morrem, eu fico aqui, sabes. Não raramente chorando; morrendo aos poucos, bem sei, mas feliz imaginando o que tu ainda reservas para mim, nesse céu sem fim.